28102021
A alta nos preços de alimentos, gasolina e energia elétrica não param de subir e, para conter o avanço da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a nova taxa básica de juros, que passa de 6,25% para 7,75% ao ano. Esse é o sexto aumento consecutivo e a previsão do mercado é de que ainda haja um novo reajuste até dezembro.
A declaração do ministro Paulo Guedes de que o Governo flexibilizaria o teto de gastos para arcar com custos do Auxílio Brasil, novo programa social que substituirá o Bolsa Família, continua a ser um dos responsáveis pela instabilidade do mercado.
Os impactos na economia são fortes, principalmente em um cenário de desemprego. Com o aumento dos juros, há menos acesso ao crédito e as empresas precisam pagar parcelas de financiamentos cada vez maiores. Com empresas falidas, não há oferta de emprego. Com pessoas sem emprego não há dinheiro circulando e, como consequência, o consumo diminui e o endividamento das famílias cresce. Vale lembrar que a inflação já é recorde e ultrapassa os 10%.
As incertezas do mercado financeiro impactam o cidadão comum na ponta, já que alimentação e moradia são os primeiros a serem afetados pelos aumentos. Como nos Estados Unidos também seguem com inflação em alta, a expectativa é de que o Dólar tenha novos aumentos e a elevação cambial coloque o Brasil em uma situação ainda pior em 2022 e 2023. Destaque, ainda, para as eleições presidenciais do ano que vem, que podem abalar a já frágil estabilidade financeira do país.
TAXA SELIC
De maneira geral, no Brasil, a taxa básica de juros é chamada taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação de Custódia) e é a maneira como o Banco Central regula as operações financeiras. Se os preços sobem os índices de inflação sobem é preciso controlar esse avanço. Essa contenção é feita a partir do “resfriamento” do mercado – que é feito aumentando a taxa Selic. Com juros altos, há menos crédito e menos dinheiro circulando.
O dilema aqui é que o mercado já estava em crise por conta da Pandemia da Covid-19, mas o BC foi surpreendido com uma alta dos preços acima do esperado a partir de março de 2021 e precisou atuar.
Só quem é beneficiado pela taxa Selic em alta é quem investe ou guarda seu dinheiro na poupança. Isso porque com Selic acima de 8,5% o rendimento mensal da poupança passa a ser 0,5% ao mês acrescido da TR (Taxa Referencial). Quando a Selic está abaixo disso, o rendimento da poupança passa a ser 70% da própria Selic.
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